domingo, abril 10, 2005

sentir

sentir talvez acima de tudo
um sentimento de não pertença
talvez de não sentir
mas de uma esperança
(vã como todas as esperanças)
de não o ser
de sentir
e ser sentido
o contacto fisico
não intenso
apenas um toque
compartilhado
um olhar metafisicamente provocante
uma conversa irritante no café
um toque na face
que se desfaz em lágrimas

agarrar a luz
captar o momento de fugaz beleza
de todo o universo
reflectido no negro dos teus olhos

sentir o odio e a inveja
sem proposito
so porque sinto
so porque sim
porque não?

e mover montanhas
com a força da minha fé
apenas em ti

não sei se o resto é real
ou apenas um reflexo de ti

se eu for deus
se este mundo for apenas um sonho criado por mim
se tudo isto desaparecer sempre que fecho os olhos
quero que saibas que és a minha mais bela criação
e que todos te deveriam adorar e erguer templos blasfemos
com danças de corpos nus entrelaçado
assim o ordeno

se é verdade que eu não sou mais que um homem
como qualquer outro
então
sinto-me duplamente
amaldiçoado
e abençoado
por te ter conhecido
e te erguido dentro de mim
acima de todas as outras
uma estátua de carne e músculo
tirada do meu coração
a ferro e fogo
acima de tudo o resto
para ti
uma dedicação
talvez patetica
talvez genial
talvez apenas
exprimindo um desejo de sentir
o teu toque voluntário
sem medos nem fugas
como a tanto tempo atras

heroinómano

ao largo destas trevas
noctunas
frias e convidadativas
caminha o viciado
em busca de uma nova dose
de tempo
que lhe escapa pelas mãos
como o casaco roto
que ondula ao vento
e tenta desesperadamente
agarrar

corre sempre
contra o vento
contra o tempo
contra todos
contra si
na busca desesperada
de mais uma medida
de esquecimento

afogando-se
no mais profundo
mar castanho de sargaços
deslizando pelas estrelas quentes
de umas mãos ausentes
da dealer do beco

agora cara a cara
não sabe se o que o vicia
é a droga tão pura
ou a face macia
que não se atreve a tocar
mas que o acaricia com o olhar
mesmo sem saber
mesmo sem o querer
mesmo talvez desprezando
aquele verme viciado
que ali deixa o seu dinheiro
e sua alma
e volta outra vez
para outra dose
noutro dia
outra vez

"espero nunca me curar para não deixar de poder olhar para os teus olhos sem elouquecer ainda mais"
"espero que nunca tenha de ser doente ao ponto de me curar ou de morrer, sem te dizer, tavez, adeus"

caminhando
sob o veu de núvens etéreas
de uma nova dose
que ressaca logo
o viciado anda
tolo
e esquece
e o seu casaco roto voa ao vento
para lá das estrelas

domingo, abril 03, 2005

anathema - temporary peace

Sei que já ninguém liga a este blog (provavelmente já nem ca vem ninguém, nem mesmo tu) mas não o vou apagar, permanecerá aqui talvéz como uma testemunha a uma fase idiota da minha vida.
E mais uma musica, do mais lindo que há desta fantástica banda.
Reflitam em vocês mesmos, abandonem vossas esperanças e amem eternamente, mesmo que não vos amem, desesperançadamente.


Deep inside the silence
staring out upon the sea
the waves are washing over
half forgotten memory

Deep within the moment
aughter floats upon the breeze
rising and falling dying down within me
and I swear I never knew how it could be
and all this time all I had inside was what i
couldn't see
I swear I never knew how it couldn't be
all the waves are
washing over all that hurts inside of me

Beyond this beautiful horizon
lies a dream for you and i
this tranquil scene is
still unbroken by the
rumours in the sky
but there's a storm
closing in voices
crying on the wind
the serenade is growing
colder breaks my soul
that tries to sing
and there's so many many
thoughts
when I try to go to sleep
but with you I start to feel
a sort of temporary peace
there's a drift in and out
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