quarta-feira, dezembro 08, 2004

realidade

sentado em frente ao monitor do pc
escrevo estas palavras
estas palavras que descrevem
o que me vai na alma
aquilo que eu sinto
a escuridão mais profunda do meu ser

negro
eterno
uma semente de corrupção habita no meu interior
corroendo a vida
desvastando os sentidos
e os sentimentos

cada comentário ignorante
cada desprezo propositado
cada ferida infligida
é como uma benção
para esse obscuro ser
que habita em mim

a cada momento que passa
a cada presença que passa
(passa sempre inexorávelmente)
ele cresce
e transforma-se
e transforma-me
e corrompe-se

e eu
não tenho modo de travar
esse crescimento obsceno
esta impossibilidade
esta minha morte emocional adiada
por gestos vãos de verdadeira
amizade

cabe-vos a vós
(será que se importam?)
ajudar-me nesta caminhada
(será que o farão?)
para que a semente morra
(será que morre?)

ah! profano nascimento
feto abortivo que me consome o ventre
a liberdade é apena uma horizonte longínquo
que não posso alcançar
paralisado pela minha mortificação

aqui
sempre presente
sempre negro
se despede este
ser

mais um sol se põe no fundo do horizonte
mais uma esperança queimada pela passagem
do dia presente
que parece nunca mais terminar.

a realidade corta fundo
a incapacidade humana para compreender é enorme
o sofrimento é infinito

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cabe-nos a nós?

Aos k leem, friamente, o k escreves
Ou aos k, em sintonia,
entendem, partilham, e encontram
segmentos da sua própria vivencia, dos seus proprios pesadeos
nas tuas palavras de angustia e desassossego

Os primeiros... Nada sabem
Vivendo apenas do k veem, do k ouvem, do k sabem
dos livros maçudo e correctos k leem, vagarosamente
Nao sabem, nem podem saber
E ainda bem k tal s verifica:
Imaginem um mundo em k todos entendem o k escreves:
O palpavel abandona a terra,
Mil falsos curandeiros emergem do solo, agora daninho
para extrokir a vida dos k sofrem deste mal
Mil falsos amigos surgem do nada, k agora é tudo
para roubar toda a pureza (s é k ela existe...) k resta
E apos todos os puros (chame-mos-lhes assim...) perecerem
a morte final instalar-se-ia, sem trabalhar,
assistindo apenas ao avanço imparavel da decadencia
que apos tudo infectar consome-se a si mesma e a todos os k nela repousam

E os outros...
Axas mesmo k t salvaram?
Axas k mesmo kerendo t aliviao a dor?
Axas k mesmo kerendo o sabam fazer?
Saberás tu ensinar-lhes?
Saberás tu perpara-los?
Saberás fazer as acções k lhes propões?
Saberá alguem?
Será k, neste mundo d passagens inconstantes, entre a realidade e a ilusão, alem está aqui para nos salvar?
Será k alguem nos pode salvar?
Será k alguem nos ker salvar?
E ...
Será k keremos ser salvos?



morsmodre

4:25 da manhã  

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