anjos
seres divinos e...
no entanto....
humanos
caminham entre nós
silenciosos
partilham nossa dor
nosso sofrimento
choram nossas perdas
choram lágrimas douradas que recolhem
em cálices prateados
lágrimas divinas
repletas do mais profundo pesar
da mais funda dor
eu bebo desse cálice
a prata fumegante queima-me os lábios
queima-me a alma
EU VEJO
VEJO OS ANJOS
SERES DE PURA LUZ BRANCA
RASGAR SUAS PRÓPRIAS ASAS
SOFRIMENTO
TÃO GRANDE
INCOMENSURÁVEL
não!
NÃO!!!
tenho de os segurar...
tenho de os salvar
não os posso salvar a todos
alguns caem
suas formas distorcidas pela dor
seu sangue divino
espalhado pelo chão
formando lagos
meus braços estão cheios...
não os consigo salvar...
pesado
sempre rasgando as asas os anjos loucos caem para a sua morte
o lago aumenta para um rio e para um oceano
luto para ficar a tona
o sangue entra-me nas veias, nas narinas, nos pulmões
arde
arde como mil fogos
arde como mil adagas geladas
fere
os anjos somos nós
humanos divinos
que sofremos
e eu que sofro por vós
e por vossa dor
não rasguem vossas asas
voem
sejam livres
deixem-me em paz
deixem-me ser feliz na solidão
no entanto....
humanos
caminham entre nós
silenciosos
partilham nossa dor
nosso sofrimento
choram nossas perdas
choram lágrimas douradas que recolhem
em cálices prateados
lágrimas divinas
repletas do mais profundo pesar
da mais funda dor
eu bebo desse cálice
a prata fumegante queima-me os lábios
queima-me a alma
EU VEJO
VEJO OS ANJOS
SERES DE PURA LUZ BRANCA
RASGAR SUAS PRÓPRIAS ASAS
SOFRIMENTO
TÃO GRANDE
INCOMENSURÁVEL
não!
NÃO!!!
tenho de os segurar...
tenho de os salvar
não os posso salvar a todos
alguns caem
suas formas distorcidas pela dor
seu sangue divino
espalhado pelo chão
formando lagos
meus braços estão cheios...
não os consigo salvar...
pesado
sempre rasgando as asas os anjos loucos caem para a sua morte
o lago aumenta para um rio e para um oceano
luto para ficar a tona
o sangue entra-me nas veias, nas narinas, nos pulmões
arde
arde como mil fogos
arde como mil adagas geladas
fere
os anjos somos nós
humanos divinos
que sofremos
e eu que sofro por vós
e por vossa dor
não rasguem vossas asas
voem
sejam livres
deixem-me em paz
deixem-me ser feliz na solidão
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