terça-feira, maio 17, 2005

viva

Vivam os bailes de máscaras
onde ninguém é o que é
e todo são aquilo que querem ser
aos olhos dos outros

Viva os dias de festa
onde todos celebramos e choramos
sem razão para o fazer
(embora o façamos e sejamos felizes assim)

Vivam as multidões
que nos fazem sentir mais sós ainda
que nos fazem aperceber da nossa insignificância

Viva a autocomiseração
VIVA!

Vivam as musas que nos rasgam as veias
e nos deixam
qual xamãs inebriados
a espera de uma nova dose
de loucura ou de dor

VIVAM!

à doce inconstância da sociedade hedónica
à maravilhosa persistência do consumismo frenético
à eterna despreocupação e atraso
ergo o meu copo
e entoo de pulmões cheios
o mais alto que posso
um sonoro

VIVA!
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