segunda-feira, maio 16, 2005

anseamos
rasgamos as páginas dos poemas de amor
queimamos nossas peles no intenso fulgor
de mil sois
e rimos
perante as cinzas do nosso próprio corpo
e somos
nesse momento
incomensuravelmente patéticos
patéticamente patéticos
e sorrimos

talvez assim
nesta sorridente queda
nesta descida vertiginosa
haja virtude

talvez nestas negociatas
nocturnas
iluminadas apenas pelo luar
e pelo fogo
haja esperança
haja vida
haja morte
e seja enfim tudo uno

mas sonhar é iludir-me
e iludir-me é pensar
nas hipoteses
no que é. mo que foi, no que poderá e/ou poderia ser

o ponto de interrogação brilha
com escárnio e replandescente
nos fogos eternos da minha mente
e ardo
e consumo-me
e dou-me de beber e de comer
e permaneço inteiro
deixando de o ser
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