segunda-feira, maio 02, 2005

mais uma vez

Recupero os sentidos e a primeira coisa que me apercebo é do som
não da sua presença
mas da sua extrema ausência
como se o silencio fosse por si só
um som
por direito próprio.

Ergo-me
Estava deitado talvez em relva
(sinto um cheiro a erva molhada)
e abro os olhos

finalmente contemplo o que me rodeia
e fico sem saber onde estou
como estou
porque estou
apenas sei k n vejo mais nada
para alem da planicie verdejante até ao horizonte
distante

grito, quebrando o silêncio e o meu grio soa rude
não há eco
o som morre rapidamente
e queda silente
na planicie sem fim

caminho
entre a relva perene
circulos dentro de círculos dentro de círculos
e não saio do sitio
embora percorra o universo

já deixei de falar a algum tempo
já deixei de tentar ouvir (embora vozes incómodas me falem na mente)
apenas quero percorrer (nem que seja eternamente)
aquela planicie silente
onde sou apenas eu
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