quinta-feira, janeiro 20, 2005

besta

na minha furia criadora
destruo todas as barreiras
torno-me uno com a minha escrita
verdadeira representação
do meu ego conflituoso
procuro incessantemente respostas
que não consigo encontrar
mas o que será mais importante?

as perguntas ou as respostas
a procura ou a necessidade de procura
o conformismo ou o incoformismo
ser ou não ser

eu
espelhado nestas palavras
estes pontos atómicos de origem tão simples
e tão misteriosa
serão eles eu?
serei eu eles?
que união é esta?
que corpos são estes que giram no vácuo?
este corpo sou eu
estas palavras são minhas

num grito de revolta do fundo do meu ser
as palavras formam-se sem parar
um grito calado ecoa nas páginas
no ecrã
onde quer que estejam

EU SOU!
AQUI ESTOU!

e o eco
atinge-me e apercebo-me da insanidade
dos axiomas
que aceito

mas que sou eu
senão insano?
senão esta besta louca que escreve
que é
que está aqui
esta besta que escreve
cruel metamorfo da sociedade
do amor
da dor

fusões crueis de todas estas coisas
na carnivora cidade
nasce uma nova raça de ser
EU!
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