domingo, outubro 31, 2004

DOR

infinito tormento
sádica flagelação mental auto-infligida inconscientemente
trono de caos onde me sento
carne presa aos ossos que depontam da pele putrefacta

"o tempo tudo cura"
ai cura?
então porque continuo eu ferido de morte para sempre agrilhoado a pedra do desespero
porque continua a minha mente a divagar pelo reino da tragédia e da dor
existe um máximo na função hiperbólica inversa da dor
esse máximo é infinito
e esse máximo sou eu

onde a tristeza habita
jaz a minha alimentação
ouço vossos gritos dolentes
e uso a coroa de espinho
eu sou o redentor
sofro no circulo perpétuo do caos
(cruzes estão fora da moda e temos de admitir que são uma seca)

Ah que felicidade contemplo enquanto dois jovens se beijam mesmo a minha frente
como o meu coração se aquece por dentro
como me sinto feliz por eles e espero que tenham uma vida feliz

como os odeio... peões de um jogo ignóbil, movidos por mão invisível que os leva inexoravelmente para o destino traçado para a união conspurcadora dos lábios, dos corpos

DOR
!!!!!!
INFITA DOR
INFLIGIDA POR TODOS OS OUTROS.

Cada bafo, cada sorriso, cada cara, cada centímetro de pele é dor

Todos
Unidos
dor aguda e infinita

o pior paraíso perdido é o paraíso que nem se chegou a contemplar, aquele de que ouvimos falar e vimos as sombras resplandecentes e ao qual não conseguimos chegar... as asas não colam na carne flácida. os músculos não contraem e o corpo não é aerodinâmico... tende para baixo, infinitamente para baixo como a pedra de sísifo
eu sou a pedra
eu sou a colina
eu sou sísifo na sua inútil tarefa

EU SOU O PRINCIPIO E O FIM
ALFA E OMEGA
EU SOU TUDO E TODOS
MORTE E VIDA

sádica vida
sádica morte

qual a minha salvação

AQUI TERÁ INÍCIO A NOVA ÍNDIA
AQUI SERÁ CRIADO DE NOVO A TERRA

AQUI SURGE UM NOVO SENTIMENTO

omni-desespero
Counters
elearning