domingo, outubro 31, 2004

morte

a fonte da inspiração seca até ser só uma gota que não cai por vergonha, até ser só uma miserável partícula de não existência no meio de um mundo que não a compreende.

Como uma partícula de antimatéria num universo inconstante assim são as palavras.

O poeta não voltará a escrever enquanto a garra opressiva da humanidade não deixar de lhe apertar o pescoço.

Não voltará a escrever excepto no dia em que tudo seja uma carcaça do mundo anterior. aí no cimo do trono de ossos e carne putrefacta o poeta voltará... das profundezas do abismo da alma as suas palavras farão tremer a alma dos incautos mortais que as ouvem pensando que contêm nela alguma sabedoria, pensando que a sua iluminação jaz nas palavras dos outros.

O que o poeta traz é a canção da morte, da entropia, da segunda lei da termodinâmica

TUDO O QUE É E TUDO O QUE FOI
deixarão de o ser quando eu for o que sou
MORTE...
Counters
elearning