quinta-feira, março 10, 2005

sem titulo

tentei ter conversas comigo mesmo na esperança de me curar, estou a ficar louco, a cada dia que passa eu cada vez faço menos sentido, não consigo reprimir o que sinto apesar de usar todas as minhas forças para odiar acabo por adorar (amar?) ainda mais, talvez a força me empurre para lá do ódio e para o outro lado e não consigo odiar. O meu subconsciente odeia, mas ele não me controla (acho eu, não quero ser axiomático quanto a isso).
a ideia de algo que não sou controlar-me é-me tão estranha... algo para além da compreensão da minha mente cientifica habita dentro de mim, o tal monstro sem nome que tudo devora (e como eu o alimento...) desafia a minha compreensão... apercebo-me que nunca haverá verdadeira liberdade... mesmo no fim de todos os grilhões partidos restará sempre um na nossa própria mente... demasiado pesado para nos deixar voar.
voar para perto ou para longe (dos problemas ou do amor) fugir...
a fuga é impossível. (as vezes invejo os morto)
Cada vez mais penso que a única amiga que tenho é a morte que se vai aproximando com passo lento mas cuidado, para me abraçar ultimamente e libertar-me. o custo da libertação será porventura a morte e o que jaz após (será que existe algo após? creio que não) talvez uma comunhão com os vermes me ajude a responder (não somos todos vermes?).
Será o abraço da morte o único que estou destinado a receber com carinho?
anseio pelo toque físico, mais que físico, mais que tudo, cá dentro, de mim, do meu monstro, uma morte agonizante do mesmo, à custa de tudo se for preciso...
quero aniquilar tudo e todos, quero amar tudo e todos, quero ser amado, quero viver, quero morrer... quero quero quero.... sou um egocêntrico de merda.... só me interesso por mim e pela minha dor, que parece nunca mais acabar e desfaço-me em miseráveis e merdosas autocomiserações pseudo-confessionais na esperança de tudo ficar bem um dia... talvez
se alguém ler isto não se admirem, não sei se sou fruto da sociedade demasiado hedonista em que vivemos ou se um monstro da minha própria criação perante a vulgaridade do mundo, uma espécie de anticorpo que é o próprio corpo. sei contudo que sou e que não o queria ser, o que sou.
Num confessionário velado, onde ninguém ouve, na minha própria mente retorcida crio e destruo mitos e fantasias que nunca serão reais, crio deusas do amor que perdem os braços nas minhas mãos, sou criador e destruidor de um universo de irrealidades e frias fantasias perversas que não realizarei tão cedo... (se é que vou realizar)
as vezes olho ao espelho (são raras, não me suporto ver, odeio-me) e esqueço-me do que é real e não e deixo de estar assim, talvez o espelho seja um veículo... não sei, talvez seja apenas mais uma memória do que é ou não real.
No fim restam emoções e incertezas, com as quais não consigo lidar de formas diferentes mas igualmente agonizantes.
a minha presença neste planeta, nesta existência não faz sentido, nada faz sentido, caminhamos para a nossa devastação a passos largos sem nos preocuparmos, magoamos as pessoas que amamos, amamos as pessoas que nos magoam, somos, enfim, humanamente humanos... frágeis e mornos a luz do luar.
não quero ser humano, quero ser mais ou menos, não quero estar aqui nesta divisão.
quero ter certezas, não emoções
quero viver noutro sítio, não aqui

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

ciao! www.offside.3000.it

11:28 da tarde  

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