quinta-feira, janeiro 27, 2005

A luz

eu não vi a luz
eu estava cercada por ela
por todos os lados
a maravilhosa luz

mas escolhi
na minha própria ignorância
não a ver
voltei-me para dentro de mim
para o vazio tinha
para a escuridão
em vez de abraçar a luz
em vez de sorrir perante o seu calor humano
tentei, com a necessidade de um viciado na dor
fingir uma dor que não sentia
algo inexistente
e despresei a mais maravilhosa das coisas

as musas não me rasgavam a pele
tentavam somente fazer-me olhar a luz
a essência não se perdeu, tornou-se una com o mundo
a loucura não jurgiu expôntanea
criei-a como justificação para um sentimento idiota de dor
que não tinha razões para sentir
quando razões não haviam

estava cego mas agora vejo
uma expressão usada tantas vezes
por tantas pessoas
que não compreendem o seu verdadeiro sentido

EU estava cego mas agora EU vejo
e EU sei o que vejo
o que vejo é a luz maravilhosa dos teus olhos
que me faz sorrir e soltar
as únicas lágrimas que não secaram
lágrimas de alegria

o que eu via
era apenas uma pálida sombra
(pois todas as luzes causam sombras)
do meu torturado eu interior
mas a luz cura
a palavra cura
o gesto cura
o tempo cura enfim

a metamorfose está completa
fui ao extremo e passei-o e agora
e agora
sei a verdade
sei uma verdade
vejo a luz
(a bela, radiante luz)
sorrio estupidamente,
tento desesperadamente
e sou, então, verdadeiramente feliz
porque te conheci.

Palavra da salvação.
desculpa...
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