quarta-feira, janeiro 26, 2005

o fio

(desculpa-me mas não consigo parar de escrever... tornou-se um vicio que não consigo mais evitar, tentei resistir com todas as minhas forças mas não resisti... não consigo resistir... sou um fraco)

um globo
uma esfera de pura essência
presa pelo fio
a um espaço oculto
que não consigo descirnir

uma tesoura
que corta o fio
começo a cair
é apanhada
a esfera

mãos
tão ternas, tão macias, seguram-na
revolvem-na
e lágrimas escorrem pela sua superfície
e tudo é bom

então
as mãos largam
a esfera cai
o globo parte
a essência desaparece
o mundo torna-se negro

o fio cortado
continua pendente
no local onde a tesoura cortou

o globo em mil bocados
desfeitos
deixa deslizar uma ultima lágrima
nas suas faces curvas
a essêcia une-se ao negro vazio

tudo o que resta é este corpo desfeito
nesta alma desfigurada
e a esperança
a vã, cruel, omniprensente esperança
que eu tão detesto
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