sábado, julho 23, 2005

doom

às guitarras dementes e dolentes
aos solos lentos e arrastados sob o peso da sua própria e miserável existência
aos teclados que tocam na alma
à bateria lenta como um coração que não deseja mais bater

este é o meu cântico

a guichos da alma
que nenhuma voz humana pode interpretar

à dor
com que brindam em cálices de ouro

a eternas e sonoroas almas que penam
tristemente por aqui

vai o meu sangue
o exausto sangue
do meu cansado corpo
estas cinzas que carrego
dentro de mim

ao fim que parece nunca vir
mas que se arrasta em cada momento do início
de um novo presente

a esse eterno mas fugaz momento de compreenção

dedico minha carne
minha prisão corporal
em que habito

a todos vos
a voz
da perdição

vos dedico
o meu coração
que não bate mais
mas se arrasta
ao som da guitarra
esperando o fim

"let me die in solitude...."
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