domingo, janeiro 01, 2006

Requiem

Enquanto enternecidas
rejubilam as multidões
no meio da confusão
há uma entidade que chora
com a passagem da hora
uma morte prematura

Enquanto os segundos
passam imparáveis
e as multidões incansáveis
aprontam as gargantas
para gritar vivas
paro para pensar
(há um distinto
sabor mórbido no ar)

Há medida que o novo ano entra
e o velho passa da memória
as questões não desvanecem
a memória persiste

agarrando-se
desesperadamente
ao novo efémero segundo
(o último segundo de vida)
o ano moribundo luta
contra a tirania do tempo,
contra a tristeza do esquecimento
e perde...

Abençoado como um rei ao nascer
esquecido a um canto ao morrer
o ano antigo desvanece
e na memória permanece
um eterno vazio

Aqui jaz 2005.

um último adeus a ti

(espero que no final todas as tuas respostas tenham sido respondidas, que tenhas vivido bem a tua curta vida, apesar de não poder garantir que ficas na minha memória, ficas sem duvida armazenado no subconsciente a que de forma carinhosa chamamos "coração".)

1 Comments:

Blogger André Sobral said...

Para o resto da minha vida, vou ser perseguido por ele, assombrado de uma forma carinhosa...Todo o filme porno que vir, toda a gaja boa, tudo o que me rodeia, todos os momentos bons, até a Charlize Theron, me faz lembrar o Grande mestre trabuco...Nunca irá estar morto,desde que não nos esqueçamos dele...Um grande abraço para ele, onde quer que esteja...E outro para ti...

1:12 da manhã  

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